FutebolHomenagem a História

Há 46 anos Pelé se despedia do Futebol

Não sou muito dado a acreditar em “Coincidências”, mas não é que em alguns casos, elas aparecem mesmo?

Quis o destino que o “Décimo” mês do ano, “Outubro”, fosse coincidentemente o escolhido, para eternizar a despedida daquele que jamais será esquecido pelos fãs do Mundo inteiro, como o maior jogador de futebol de todos os tempos, e o que fez da “Camisa 10”, a mais importante do time. Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé!!!

Nesta primeira semana de outubro de 2020, mesmo após 46 anos, o torcedor Brasileiro e principalmente o torcedor Santista, ainda compartilha em seu íntimo, o desejo de poder voltar no tempo!

Naquela que foi sua última partida oficial como jogador do Santos Futebol Clube, Pelé com 34 anos de idade, uma marca expressiva na carreira futebolística para os padrões da época, faria há 46 anos, em 2 de outubro de 1974, sua despedida diante de uma Vila Belmiro completamente lotada, em partida contra a Ponte Preta pelo Campeonato Paulista. Pela última vez o Rei vestia a camisa do Alvinegro de Vila Belmiro!
O Estádio Urbano Caldeira pulsava como se os 20 mil corações presentes para testemunhar aquele momento histórico, fossem um só!
A despedida do Rei do futebol, que deixaria de desfilar toda a sua genialidade nos gramados, atraiu centenas de representantes da imprensa Brasileira e Mundial, sendo Manchete no Mundo inteiro!


Havia uma euforia, uma emoção contida, que certamente se reverteria em lágrimas quando o derradeiro momento chegasse! Lágrimas que ainda deixam marejados, os olhos de quem esteve na Vila naquela noite!
Mais de 250 jornalistas de todo o Brasil e do mundo,vieram à Santos para cobrir este momento histórico, entre eles lá estava o amigo e conhecido Radialista Walter Dias, com quem tive a honra de ser companheiro na Rádio Cacique AM 1510, no Programa “Radar Esportivo” do Capitão Paulo Alberto.

Na noite que marcou a despedida do Rei Pelé, Walter Dias que guarda o episódio como um dos mais marcantes em sua carreira, esteve presente na Vila Belmiro, narrando a partida ao lado dos companheiros, Henrique Lellis (Repórter de Campo), e Jorge Shammas (Comentarista), pela Rádio Atlântica AM 590, na famosa “Equipe Esportiva Formula 1”, nome sugerido pelo amigo e locutor Vicente Ayres

Radialista Walter Dias em uma de várias entrevistas que fez com o Rei

Havia uma certa apreensão em relação ao aproveitamento do Pelé nesta partida!
Um domingo antes, Pelé aos 32 minutos de jogo, havia deixado o campo em seu último jogo disputado no Pacaembu, por sentir uma contusão! Entrevistado na saída da delegação rumo a Santos, Pelé deu a seguinte declaração: “Jogo nem que seja de muleta”.
O Rei do futebol fez sua despedida diante de uma Vila Belmiro completamente lotada, em partida contra a Ponte Preta pelo Campeonato Paulista, no dia 2 de outubro de 1974

Mesmo sentindo a contusão que no domingo anterior o tirara prematuramente da partida no Pacaembu, Pelé entrou em campo mas sua condição física não o permitiu realizar grandes jogadas!
Aos 22 minutos, sentindo que não reunia mais condições de continuar na partida, Pelé pegou a bola, dirigiu-se ao centro do campo, ajoelhou-se, abriu os braços e agradeceu a todos pela magnífica história que terminava ali.

Após o gesto Pelé deu a famosa volta olímpica, seguido de perto por fotógrafos e jornalistas, acenando para todos que estavam presentes na Vila.

Em seguida, chorando, foi para o vestiário, se arrumou, e pela última vez deixou o estádio como jogador do Santos.

Ao Santos porém, não foi dado tempo de pensar o que aquela perda acarretaria dali em diante, e a vida tinha que seguir agora sem o Rei. Como bem lembrou o Narrador Walter Dias, Gílson entrou no Santos em substituição a Pelé e o 11 Santista ganhou da Ponte Preta por 2 a 0, com gols de Cláudio Adão e Geraldo, contra.

02/10/1974 – Santos 2 x 0 Ponte Preta
Gols: Cláudio Adão aos 44min do primeiro tempo; Geraldo (contra) aos 10min do segundo tempo.
Local: Estádio Vila Belmiro, em Santos.
Renda: Cr$ 219.371,00
Público: 20.258
Árbitro: Emídio Marques Mesquita
Santos FC: Cejas; Wilson Campos, Vicente, Bianchi e Zé Carlos; Léo Oliveira e Brecha; Da Silva, Cláudio Adão, Pelé (Gílson) e Edu. Técnico: Tim
AAPP: Carlos; Geraldo, Oscar, Zé Luis e Valter; Serelepe e Serginho; Adílson, Valtinho (Brasinha), Valdomiro e Tuta. Técnico: Lilo

Pelé se despediu como jogador do Santos em 1974, e três anos depois, em 1977, viria se despedir em definitivo, do New York Cosmos, clube Americano no qual foi jogar em 1975. Naquele 1º de outubro de 1977, Pelé jogou a primeira metade do confronto com a camisa verde dos Cosmos, sua equipe desde 1975. Fez até um gol, de falta, o 1.283º da carreira. Depois voltou a vestir o uniforme branco do Santos na metade final da partida, em sinal de agradecimento ao clube onde iniciou a vida como jogador, em 1956, quando tinha só 15 anos. Terminado o amistoso, ele tirou a camisa 10 do Santos e a entregou ao ex-jogador Waldemar de Brito, seu descobridor.

 

Curiosidades e dados da carreira do Pelé:

Durante sua carreira, foi chamado de Rei do Futebol, Rei Pelé, ou simplesmente Rei.

 Pelé recebeu o título de Atleta do Século de todos os esportes em 15 de maio de 1981, eleito pelo jornal francês L’Equipe. No fim de 1999, o Comitê Olímpico Internacional, após uma votação internacional entre todos os Comitês Olímpicos Nacionais associados, elegeu Pelé o “Atleta do Século” e em 2016, pelas mãos do então presidente Thomas Bach, o condecorou com a Ordem Olímpica, a mais alta condecoração oferecida pelo COI (Comitê Olímpico Internacional
A FIFA também o elegeu, em 2000, numa votação feita por renomados ex-atletas e ex-treinadores, como “O Jogador de Futebol do Século XX”.
Na sua carreira pelo Peixe, o Rei marcou 1091 gols em 1116 jogos. Além disso, conquistou diversos títulos, os mais importantes foram as duas Taças Libertadores da América e os dois Mundiais Interclubes, ambos nos anos de 1962 e 1963.

 (Foto: Reprodução / Twitter)

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