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Até o Conselho Fiscal se mostra decepcionado com a atual gestão

Alô Nação Santista! Saudações Alvinegras!

Nesta quinta-feira (10), às 19h, o Conselho Deliberativo irá reunir-se mais uma vez em assembleia que em decorrência da Pandemia Covid-19, será mais uma vez realizada em formato virtual digital, (Videoconferência).
Uma das principais pautas da noite, será a apresentação por parte do Conselho Fiscal, do Relatório Contábil Administrativo referente ao 1º Trimestre de 2021. Conforme o Blog Sergio Bertoldi pode apurar através dos Documentos que teve acesso, será apresentada nesta reunião de logo mais, um Balanço Financeiro referente aos primeiros três meses da atual gestão que segundo consta, alega um superavit de quase R$ 70 milhões de reais.

Sabemos que foi apresentado para estudos aos conselheiros, o relatório do Conselho Fiscal sobre o 1º trimestre de 2021, e algumas coisas chamam muito a atenção.
 Coisas que passo a comentar a partir de agora:
Em primeiro lugar digo que gostei da nova forma a apresentação. Achei que está em uma linguagem mais acessível e de mais fácil compreensão, o que sem dúvidas, será muito melhor a grande parte dos componentes do plenário do Conselho Deliberativo.

É importante salientar, que embora composto por conselheiros ligados a atual gestão, se nota o esforço de sues membros em manter a independência que caracterizou o Conselho Fiscal, principalmente na última década.
Esses relatórios continuam sendo um ótimo farol para que TODOS, (e por todos me refiro aos gestores e seus órgãos fiscalizadores), tenham um bom indício do rumo que a entidade está seguindo.

Existe porém, um ponto que considero negativo e merece uma reflexão por parte do CF, que é a ausência dos dados de um balancete de verificação, com dados do “ATIVO E PASSIVO”, e suas mutações entre o balanço de 31/12/20 até 31/03/2021.
A apresentação destes dados, seria de fundamental importância para uma análise muito mais correta e criteriosa da evolução patrimonial.
Por exemplo:  Esse comparativo, nos apontaria quanto temos de depósitos judiciais bloqueados, e compará-los com as dívidas destes mesmos credores, para saber exatamente o risco futuro.
Aliás: “Depósitos judiciais e bloqueios”, foi outro assunto que senti falta de um melhor esclarecimento por parte do CF.

Peguemos o caso Doyen, por exemplo; Sabemos que temos uma dívida estimada na faixa dos 6 até os 15 milhões de euros. O presidente em exercício, disse em entrevistas que tivemos algumas mutações jurídicas durante este período, e que o perfil dos bloqueios, havia mudado. OK, mas trata-se de uma informação muito vaga.
Mudou como?
Quanto temos bloqueado?
Quanto falta ainda, para atingir o teto exigido pela justiça?
Se estivermos perto deste teto, isso significa que em breve,  parte de nossas receitas passariam a entrar livres no caixa, mas se estiver longe, a preocupação aumenta.
ISSO NÃO É IMPORTANTE SABER?

Salientado isso, agora passo a comentar algumas coisas apontadas no relatório, e que acho devam ser dignas de muita atenção tanto por parte do plenário, quanto por parte da própria gestão (esta principalmente), além é claro, de todos aqueles que se preocupam com as coisas do “CLUBE”, e não só do ”TIME”.

SUPERÁVIT
O relatório aponta um superávit na ordem de 62 milhões de reais no trimestre.

 Um resultado assim já era esperado, e para quem acompanha, não existe novidade!
 Afinal: Uma série de receitas que estavam represadas por conta da pandemia, foram contabilizadas (corretamente), no período em questão, além é claro, das vendas dos jogadores  Veríssimo e Pituca, sacramentadas no mesmo intervalo.
A reboque desta informação, tem uma outra que causa espanto, não só a mim quanto ao próprio CF.
AS DEPESAS AUMENTARAM NESTE MESMO PERÍODO. PRINCIPALMENTE FOLHA DE PAGAMENTO.
Isso é muito preocupante pois significa que se até 31/12 trabalhávamos com um prejuízo mensal, que acabou gerando déficits astronômicos e endividamentos maiores ainda.
A nova gestão, diferente do que prometeu em campanha, não só  “NÃO ESTANCOU A SANGRIA, MAS AUMENTOU OS VAZAMENTOS”.
E todos sabemos o resultado disso a médio e longo prazo.
Foi apontado uma tímida redução no número de colaboradores, porém um aumento de 2 milhões POR MÊS, no total da folha, o que significa mais de 25 milhões POR ANO, em despesas.
Outra coisa que se deduz, é uma coisa muito simples: Se diminuiu o número de funcionários, MAS AUMENTOU A FOLHA, é sinal indiscutível de que houve uma melhor e maior remuneração aos que ficaram.
Creio que os métodos e os novos processos que a gestão apregoa tanto estarem fazendo, devam ser revistos IMEDIATAMENTE, pois os resultados até aqui apontados, nos apontam um efeito diferente do discurso apresentado publicamente.

                                 OUTRO PONTO QUE MERECE MUITA ATENÇÃO

A gestão não está cumprindo (até o momento), suas obrigações estatutárias.
Temos plena consciência que a medição OFICIAL, deva ser somente ao final do exercício, porém é mais um item onde o sinal de ALERTA VERMELHO está ligado.
 PRINCIPALMENTE EM RELAÇÃO A NOSSA BASE, que é onde reside a maior esperança (tanto técnica quanto financeiramente), para nosso futuro.

O relatório não termina aqui. Tem muito mais coisas que lá são apontadas, como:

1- PAGAMENTO DE INTERMEDIAÇÕES E COMISSÕES
2- CONTRATOS FEITOS COM EVIDENTES PREJUÍZOS AO CLUBE
3- AÇÕES DE GESTÃO (Como o caso do Holan) QUE TRAZEM PREJUÍZO A ENTIDADE
4- ERRO NA INSCRIÇÃO DE ATLETAS EM COMPETIÇÕES
5- QUEDA NO NÚMERO DE SÓCIOS NO TRIMESTRE DE QUASE 10% DO TOTAL
entre outras coisas, que seriam muito extensas para aqui colocar.

CLARO QUE TAMBÉM SE APONTAM ALGUNS PONTOS POSITIVOS
e aqui nos permitimos transcrever o que o CF diz sobre isso:

Há que se destacar que percebemos que a administração do clube tem se empenhado, embora tenha praticamente mantido a estrutura, já fez alguns cortes nas despesas administrativas e reduziu alguns custos do departamento de futebol, notando-se uma leve redução na folha e encargos.

Porém, a pergunta que deve se fazer: Essa redução foi e será suficiente?

“A resposta é: NÃO, essa redução não foi suficiente.”

Pelo orçamento aprovado, os custos mensais deveriam ser ainda menores, isso para não termos déficit no final do exercício.
O resultado do primeiro trimestre foi bom, mas temos de ter em mente que as receitas auferidas com premiações e de participação nos campeonatos e da TV, não se manterão neste fluxo para os demais meses do ano.
Outro ponto importante a ser apontado, foi a aprovação do novo organograma de cargos e funções, torcemos que seja rigidamente implementado, e a partir de agora, se tenha um cuidado maior na contratação ou eventual substituição de profissionais.
O departamento Jurídico, tem de normatizar todos os seus procedimentos de forma clara, objetiva e transparente, os novos contratos devem ser rapidamente revistos, padronizados inserindo-se cláusulas que melhor protejam o clube.
A contratação de escritórios jurídicos, deve seguir os preceitos corporativos de competência e expertise! Chega de indicações e apadrinhamentos.
Os setores de contabilidade, finanças, administração, TI, RH, patrimônio e futebol, também devem ser padronizados, e todos os departamentos tenham e usem software atualizados e integrados, de modo as informações serem rápidas, confiáveis e transparentes, a fim de impedir conflitos desnecessárias.
Há urgência na tomada de decisões rápidas e eficientes e somente com dados claros e corretos.
Este conselho fiscal, tem de salientar que pela primeira vez em muitos anos, o presidente tem um fluxo de caixa em mãos e o controla diariamente.
Em todas as prestações de contas, os últimos Conselhos Fiscais têm recomendado à administração, providências quanto à necessidade de reduzir os gastos, adequando os mesmos, a realidade da receita gerada pelo clube e infelizmente nunca foram seguidas.

Diante disso, o Conselho Fiscal recomenda que o Comitê de Gestão, em caráter de urgência, determine aos gerentes de departamentos: 

  1. Proibição na contratação de funcionários administrativos ou operacionais até 31 de dezembro de 2021;
  2. Proibição de qualquer reajuste salarial superior ao estipulado em dissídio coletivo;
  3. Proibição na contratação de pessoa jurídica (terceirizados) até 31 de dezembro de 2021;
  4. Sugerimos ainda, que se multiplique esforços de modo a recolocar, em outros Clubes, os atletas que não fazem parte dos planos da Comissão Técnica, evidentemente, com no mínimo, os custos salariais destes atletas assumidos pelos Contratantes.
  5. Que os atletas que tenham altos salários, não tenham clubes interessados, seja buscado um acordo de rescisão, bom para as duas partes.
  6. Que não seja feito qualquer acordo ao qual não possa ser honrado, essa prática contribuiu e muito para a crise atual de nossas finanças o onde acordos não cumpridos são refeitos sucessivamente gerando multas e juros impagáveis.
  7. Que o contrato de nenhum treinador ultrapasse o mandato da gestão.

 

 

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