Bastidores do Santos FCEdição EspecialEntrevista com os PresidenciáveisFalando de Eleições

Entrevista com o Candidato Daniel Curi

Alô Nação Santista! Saudações Alvinegras!

Bom dia Amigos!

Conforme havíamos prometido, o Blog Sergio Bertoldi dá continuidade no dia de hoje, a uma série de entrevistas com os Candidatos postulantes ao cargo de Presidente do Santos Futebol Clube.
Nosso entrevistado de hoje, é o Candidato “Daniel Curi”, candidato que acompanhado de seu vice-presidente, senhor “Ariovaldo Feliciano”, concorre a Presidência do Santos Futebol Clube, pela Chapa nº 06 – “Santos da Virada”.

A primeira pergunta que farei ao candidato, será sobre o motivo ou motivos, que despertaram seu desejo em ser Presidente do Santos Futebol Clube?

R: Quem nunca sonhou em presidir seu clube do coração? Esse despertar se deu quando fui procurado por grandes alvinegros que, junto comigo e com meu vice Ariovaldo Feliciano, desenharam um projeto para reconstrução do clube. Esses santistas me identificaram como a pessoa ideal para estar à frente desse projeto, muito devido a meu histórico no Santos e principalmente meu histórico profissional, como gerenciador de dívidas e especialista em reconstrução financeira de empresas. Ter ao meu lado o Ariovaldo Feliciano, Provedor que revolucionou a Santa Casa de Santos e sócio do Santos desde 1960 me dão mais a certeza de que temos o caminho certo para colocar o clube em ordem e tirá-lo dessa situação catastrófica em que o Peres e sua gestão o deixou. Outro ponto é que sou independente dentro do Santos. Não participo dessas associações que viram partidos dentro do clube. Prova disso é que esse grupo tem santistas identificados com todas essas alas do clube e muitos amigos novos e fanáticos que jamais participaram da vida política do clube. Possuo respeito de todos e serei capaz de presidir o Santos nessa crise administrativa sem precedentes na história do clube, agravada pelo Covid-19. Grandes Peixeiros com décadas de Santos, se juntaram e me escolheram como alguém para personificar esse projeto. Sou grato a confiança dessas pessoas e com apoio deles e de todos os santistas tento total convicção que vamos recolocar o Santos no palco principal do futebol mundial. Nosso projeto de reconstrução é bem fundamentado e o associado pode conferi-lo nas redes sociais.
Será uma gestão profissional, com pessoas de mercado identificadas com o clube e compromissadas com o Santos. A situação do clube mostra que o Futebol não pode mais ser gerido por amadores. Precisa de gestão austera, profícua, qualificada e competente. É hora de servir ao Santos e não se servir dele. Se você é santista e tem esse sentimento será bem-vindo ao nosso projeto. Nosso projeto é lastreado pelo Capital Humano. Será a qualidade do pessoal envolvido em nossas ideias para o clube que garantirão o Santos que todos queremos.

O torcedor do Santos assim como vocês candidatos, sabem das dívidas assustadoras que o clube tem. Ainda assim, parece que quanto mais aumentam as dívidas, mais candidatos aparecem. Como o senhor explicaria esse fenômeno?

R: Importante observarmos o seguinte. As dívidas são do Santos. É importante termos no clube gente que saiba negociar dívidas e não alguém que tenha um cheque e coloque dinheiro no clube para receber de volta com juros, correções e outros acréscimos. Isso não é pagar dívidas, mas alongar dívidas. A eleição é para Presidente do Clube e não para Diretor de Banco que vai atender o Santos. As pessoas confundem isso. Essas experiências de messias, salvadores da pátria, gente com dinheiro gerindo o clube sempre terminam mal como mostra nossa história recente. Eu fico pensando em como gente que é empregado, ou mesmo desempregado, acha que conseguirão ter tempo e conhecimento para presidir o clube. Como falei na questão anterior, fui escolhido junto com o Ariovaldo Feliciano por um grupo de grandes alvinegros por causa de minha expertise advocatícia em gestão de dívidas. Portanto tenho know-how e conhecimento do que fazer e de como fazer, não sou um aventureiro. O Santos não pode mais ser administrado por aventureiros.

Diante de uma dívida monstruosa como a que hoje o Santos possui, dividas que se fossem de uma empresa normal, já teria falido, o que o levou a se candidatar a presidente do clube?
Como o senhor na condição de candidato, pode convencer o associado de que tem uma solução real e imediata, para lidar com os graves problemas que irá herdar?

R: Vamos primeiro agir com verdade e transparência. Firmar acordos que efetivamente possam ser honrados pelo clube. A palavra de um homem é seu maior patrimônio. E é o que tem faltado no clube. Vamos resgatar a credibilidade do Santos no mercado do futebol e principalmente com nosso elenco. Tenho longa experiência em administrar dívidas de grandes empresas e sei como lidar com essa situação. Vamos fazer renegociações com transparência e verdade com os credores. Depois buscaremos recursos para honrar os compromissos do clube. Conheço todos os atalhos desse processo, aliás, dentre todos os candidatos sou o único com expertise nessa questão. Austeridade máxima com os recursos do clube. Afinal é dinheiro de todos os sócios e não meu. Tem que reduzir ao máximo os erros. Vamos fazer uma política muito austera, priorizando o pagamento dos funcionários e jogadores, além dos fornecedores fieis e renegociar dívidas e tributos, fazendo repactuamentos dentro da realidade financeira do clube. Tenho expertise nessa área e nosso grupo tem contadores, administradores e economistas renomados que já estão se debruçando em cima dos números do Santos para que, desde a posse, sabermos o que é urgente e como resolver no clube. Posso dizer que tenho muita experiência em renegociação de dívidas. Apontar as prioridades em um cenário de crise financeira. Saber o que deve ser pago em primeiro lugar, o que pode ser discutido e renegociado por exemplo. Os funcionários/colaboradores serão sempre prioridades na gestão de uma crise. Na atual situação do clube esse conhecimento pode ser um diferencial importante e vital para o Santos voltar a ser o Santos, e não um clube que deve por todo o mundo e não da satisfação a ninguém, como é hoje. Toda dívida é administrável. Tenho atuado junto a diversas empresas e vejo isso. Por exemplo, repare o trabalho que fizemos na Santa Casa de Santos, sob comando do meu vice Ariovaldo Feliciano, um dos principais contadores e advogados da região. Transformamos um hospital quebrado, de portas fechadas, com mais de R$ 600 milhões de dívidas em algo moderno e administrável. Um trabalho de reconstrução que transformou a Santa Casa em referência de qualidade de gestão. Queremos fazer o mesmo no Santos em nossa gestão. O Ariovaldo tem me ajudado muito, é sócio do Santos há mais de 5 décadas e tem analisado nossos balanços e é possível fazer mais com menos na Vila. Basta ter conhecimento, qualidade e competência. Além do Ariovaldo temos outros grandes santistas envolvidos e conhecedores que irão colaborar para colocarmos o Santos nos eixos.

O Senhor se sente preparado para ser presidente de um dos clubes mais famosos e conhecidos do mundo? No período em que antecedeu sua decisão em concorrer ao pleito, o senhor buscou se preparar, se aprimorar, estudando e fazendo cursos específicos em gestão de futebol?

R: Bertoldi eu amo o Santos, se não me sentisse preparado nem me candidataria a presidente. Sou sócio do Santos desde 1978. Estou no Conselho Deliberativo há alguns mandatos. Presidi a Comissão de Inquérito e Sindicância do Conselho entre 2015 e 2017, ficando durante todo o triênio da Mesa presidida pelo Fernando Bonavides. Fui 1º Secretário do Conselho no triênio de 2018 a 2020, na primeira vez que foi eleita uma Mesa do Conselho de uma chapa de oposição na história do clube. Na esfera profissional, sou advogado desde 1995. Entre 1990 a 1994 estagiei no escritório do advogado Marcelo Guimarães. Um gênio jurídico, com uma ética inigualável e grande santista também. Especializei-me na área cível, com foco na administração de passivos empresariais, onde alcancei reconhecimento perante a própria classe e, com essa expertise, colaborei com centenas de empresas que precisaram sair do sufoco de dívidas diversas para continuar suas atividades. Também sou especialista em Direito Processual Civil e Eleitoral, mestrando em Direitos Humanos pela PUC de São Paulo. Atualmente, exerço a presidência da Câmara de Prerrogativas Cíveis da OAB Santos, cargo que também ocupei entre 2013 e 2015. Dirijo meu próprio escritório desde 1995, com uma boa banca de advogados. Além disso estou cursando gestão esportiva na CBF Academy. Entendo ter entre os candidatos o currículo mais adequado aos desafios que o Santos possui, principalmente na gestão de dívidas e passivos que é minha maior expertise profissional. Além de minha experiência no Conselho. Nada será feito sem cumprir o Estatuto do Santos e sem ser ouvido os poderes do clube.

O Senhor já teve alguma experiência anterior, em cargos diretivos dentro de algum outro clube?

R: Como falei na resposta anterior, tenho experiência no Conselho do Santos FC tendo assumido cargos importantes do egrégio órgão. O clube precisa de gente que vive o Santos, acompanha o clube de perto, os jogos, não gente que se esconde sempre até os momentos eleitorais. Quase todos os candidatos são conselheiros. Procure saber o que esses conselheiros fizeram durante o mandato, se colaboraram com o clube, se manifestaram ou se esconderam dos confrontos ou assinavam o livro e iam embora. O Santos precisa de gente intensa, que viva de verdade o clube e conheça todos os cantos da Vila Belmiro.

Na sua ótica, quais os principais problemas que hoje existem no clube? O senhor tem certeza de poder saná-los?

R: Com certeza é a falta de planejamento administrativo e a algazarra financeira. Vamos promover um choque de gestão que vai mudar essas questões. Temos que recuperar a credibilidade do Santos no mercado. A gestão do Peres foi catastrófica porque não pagava e nem conversava com credores. Jamais seremos irresponsáveis em fazer gastos que não temos rendimentos e provisão de receita e que não estejam previsto em nosso orçamento. Austeridade financeira, gestão profissional e responsabilidade devolverão a credibilidade do Santos no mercado. Os clubes que já sofreram em gestões passadas fazendo negócios com o Santos que não são honrados podem ficar tranquilos que a gestão Santos da Virada será diferente. Temos palavra e compromisso em honrar o que nós prometemos. Quero fazer a gestão mais transparente da história do clube. Não dá pra fingir transparência e apresentar um portal fora dos padrões internacionais das associações de transparência pública e transformar relatórios sem fundamentação técnica em auditorias. Ao contrário do que é feito hoje em dia, vamos inserir uma gestão profissional, transparente e exemplar. Temos a qualidade humana e o expertise para isso. Não posso sequer cogitar a ideia de sair do mandato mal falado. O meu nome é o maior ativo de minha vida e profissão. Tenho raízes na cidade. Tudo será transparente. Vamos consultar o Conselho e os Conselheiros sempre. Não vamos errar nesse quesito da transparência e retidão dentro do clube.

A Situação financeira na qual o clube se encontra, causa estranheza em muitos torcedores o fato de tantos candidatos quererem tanto pegar um pepino desses! Para se evitar esse tipo de desconfiança, o que o candidato pensa, sobre a possibilidade de alguns cargos como Presidente, Vice-Presidente e Diretores, passarem a ser remunerados?

R: É uma discussão que deve ser travada no Conselho Deliberativo essa questão da remuneração do Presidente, Vice e diretores, no momento de promoção de uma reforma estatutária. Em nosso Plano de Gestão colocamos a nossa intenção de promover esse debate intenso sobre o Estatuto e o modelo de gestão do clube. Mas é uma decisão que deve ser discutida e definida pelo Conselho Deliberativo. Ao Executivo cabe apenas propor alterações, mas o palco dessas decisões é o Conselho e a Assembleia Geral que deve ratificar qualquer mudança estatutária.

É de conhecimento público, que o Santos tem hoje uma dívida de aproximadamente R$ 600 Milhões ou mais. Sua gestão será para sanar a situação financeira do clube, sem iludir a torcida com promessa de grandes contratações, ou dá para montar uma equipe competitiva, com reais chances de brigar por títulos mesmo com um orçamento enxuto?

R: É totalmente possível termos uma equipe competitiva e uma política de austeridade. Fazer mais com menos. O Santos já teve o melhor custo benefício do Futebol brasileiro, sendo o clube que gastava menos com o futebol e conquistava os melhores resultados. Dá pra fazer. É preciso também ter políticas administrativas claras, do clube, e não do treinador do momento. Queremos ter em média 70% do elenco oriundo da base ou com identificação com o clube. Isso é vital. Queremos trabalhar com teto financeiro salarial e de benefícios, que todo treinador e dirigente de futebol tem que cumprir. Queremos também oficializar um modelo de jogo, obviamente com variáveis, mas que quem assistir ao jogo do Santos saberá, pela maneira envolvente e alegre do espetáculo apresentado, que é o clube mais famoso do mundo, casa do Rei do Futebol, em campo. Não é iludir, mas gerir. Uma boa gestão pode entregar resultados eficientes gastando menos.

A atual administração, aumentou consideravelmente o montante do que o Santos tem em dívidas, por gastar mensalmente muito mais do que entra de receita no clube.
O que o senhor acredita que possa fazer, para equilibrar essa balança?

R: Primeiro é agir com verdade e transparência. Firmar acordos que efetivamente possam ser honrados pelo clube. A palavra de um homem é seu maior patrimônio. E é o que tem faltado no clube. Vamos resgatar a credibilidade do Santos no mercado do futebol e principalmente com nosso elenco. Tenho longa experiência em administrar dívidas de grandes empresas e sei como lidar com essa situação. Vamos fazer renegociações com transparência e verdade com os credores. Depois buscaremos recursos para honrar os compromissos do clube. Conheço todos os atalhos desse processo, aliás, dentre todos os candidatos sou o único com expertise nessa questão. Austeridade máxima com os recursos do clube. Afinal é dinheiro de todos os sócios e não meu. Tem que reduzir ao máximo os erros. Vamos fazer uma política muito austera. Posso dizer que tenho muita experiência em renegociação de dívidas. Apontar as prioridades em um cenário de crise financeira. Saber o que deve ser pago em primeiro lugar, o que pode ser discutido e renegociado por exemplo. Toda dívida é administrável. Tenho atuado junto a diversas empresas e vejo isso. Por exemplo, repare o trabalho que fizemos na Santa Casa de Santos, sob comando do meu vice Ariovaldo Feliciano, um dos principais contadores e advogados da região. Um trabalho de reconstrução que transformou a Santa Casa em referência de qualidade de gestão. O Ariovaldo tem me ajudado muito, é sócio do Santos há mais de 5 décadas e tem analisado nossos balanços e é possível fazer mais com menos na Vila. Basta ter conhecimento, qualidade e competência. Além do Ariovaldo temos outros grandes santistas envolvidos e conhecedores que irão colaborar para colocarmos o Santos nos eixos.

O Presidente em exercício, Orlando Rollo, trouxe de volta ao clube, grandes profissionais que foram demitidos do clube por puro ranço político, pessoas que além de conhecerem o clube como poucos, são grandes santistas! Caso seja eleito, o senhor manterá no clube quem for bom profissional ainda que não tenha sido contratado pelo senhor?

R: É claro que manteremos. Um dos Alicerces de nosso Plano de Gestão é a Identidade. Queremos os melhores profissionais, mas identificados com o Santos. Os funcionários/colaboradores serão sempre prioridades na gestão de uma crise. Na atual situação do clube esse conhecimento pode ser um diferencial importante e vital para o Santos voltar a ser o Santos, e não um clube que deve por todo o mundo e não da satisfação a ninguém, como é hoje. Vamos valorizar o Capital Humano do clube, contratando por expersite e conhecimento de mercado e não apadrinhamento político. Não faremos perseguições políticas. É um compromisso nosso! Mas quero ter um time identificado em branco e preto. Não em preto e branco, ou azul vermelho e preto. Uma equipe profissional e de coração alvinegro praiano.

Embora o regime seja presidencialista, há algumas gestões, o Santos adotou o modelo em que o Presidente dirige o clube em conjunto com um Grupo Gestor, o Senhor pretende manter essa forma de dirigir o clube? Acredita e gosta dessa maneira de comandar o clube?

R: Nossa chapa quando eleita irá propor uma mudança estatutária que contemple um novo modelo de governança para o clube. Começa pela proposição ao Conselho Deliberativo de um organograma como parte de uma nova organização estratégica e seu funcionamento hierárquico, redefinindo responsabilidades e limites, clarificando a cadeia hierárquica geral e promovendo a visualização da organização do clube a todos os seus colaboradores para que saibam das suas responsabilidades, a quem devem se reportar diante de qualquer problema, ou prestar contas de suas obrigações. Essa clareza é essencial para que não existam conflitos por uma má comunicação ou falta de informação.

Questões como: agilidade do processo decisório   (Conselho Gestor versus Conselho de Administração) poucos níveis hierárquicos (achatamento da pirâmide e redução de custos fixos de pessoal), departamentalização das funções (quem faz não controla), fiscalização e ações preventivas (auditoria interna e controladoria), avaliação de riscos (compliance), atividade fim e atividade meio (operacional e futebol), normatização e politicas corporativas (processos e sistematização de ações administrativas) e tecnologia (inovação) entre outras, são temas de boas práticas de administração que estarão orientando a nossa proposta de uma mudança estatutária sobre a organização e funcionamento de um novo modelo de governança.

Em decorrência da Pandemia do Coronavírus, a vida de todos foi completamente alterada, e com o futebol não foi diferente! Caso uma vacina ainda demore para ser produzida, que alternativas o senhor já tem em mente, para suprir a ausência das receitas que entravam no clube, oriundas das bilheterias dos jogos, e que agora sem público nos estádios, deixaram de entrar?

R: Ampliando as receitas diretas e indiretas e criando novas fontes de renda. O Santos tem uma marca inigualável e que nunca foi bem trabalhada. Os profissionais que vem ao marketing do Santos se preocupam muito mais em fazer seu marketing pessoal do que promover o clube. Pretendemos triplicar os produtos licenciados e mudar a mentalidade do clube de analógica para digital. Temos o projeto Santos Tec e vamos buscar fontes de receitas novas que usem o digital como ativo principal. O streaming é uma oportunidade única no futebol de investimento em especial de geração de conteúdo exclusivo para seus consumidores e torcedores. O consumidor hoje é real time. Se o time está bem, quer comprar produtos do clube imediatamente. O Santos hoje não está preparado para este consumidor e perde receitas por isso.

Parte significativa do aumento do endividamento do clube, se deu pelo fato de que mesmo sem receitas, o Santos se acostumou a pagar salários fora da sua realidade, tanto para treinadores como para jogadores que jamais valeram um terço do que ganhavam! Na sua gestão, o senhor vai continuar pagando salários astronômicos aos jogadores, como acontece agora, ou pretende estipular um teto salarial como já existe em alguns clubes?

R: Queremos trabalhar com teto financeiro salarial e de benefícios, que todo treinador e dirigente de futebol tem que cumprir. Queremos também oficializar um modelo de jogo, obviamente com variáveis, mas que quem assistir ao jogo do Santos saberá, pela maneira envolvente e alegre do espetáculo apresentado, que é o clube mais famoso do mundo, casa do Rei do Futebol, em campo. Não é iludir, mas gerir. Uma boa gestão pode entregar resultados eficientes gastando menos.

Qual será a sua política de contratação? O Santos irá trabalhar oportunidades pontais que possam surgir, e com jovens promessas da base que possam render dividendos ao clube no futuro?

R: Vamos estabelecer no futebol, politicas corporativas claras e objetivas daquilo que o Santos FC quer e aquilo que o Santos FC não quer, envolvendo: Teto de gastos, DNA, Tamanho do elenco, Percentual mínimo de obrigatoriedade de usar atletas formados pela base do clube no elenco principal, bichos” e premiações, o registro na CLT versus direito de imagem, duração do contrato de trabalho, tamanho da comissão técnica, comissão técnica fixa, uso e remuneração de empresários, relações com a mídia, critérios para contratação de jogadores, critérios para contratação da comissão técnica, controles sobre o período para renovação dos contratos, jogos em outras praças na condição de mandante. São pontos determinantes que iremos ter política clara e transparente. Mas respondendo objetivamente sua questão. Queremos trabalhar com 70% de jogadores extremamente identificados com o clube ou formados na nossa Usina de Craques. Vamos dar espaço aos Meninos da Vila.

Na Europa, até mesmo clubes de menor expressão, ostentam patrocínios milionários em suas camisas! No entendimento do candidato, qual o motivo do Santos mesmo sendo o clube mais conhecido e famoso do mundo, não conseguir um patrocinador Master, digno da grandeza do clube?

R: Isso é fruto do que foi feito pelas últimas gestões no marketing. Trataram nossa camisa como se fosse uma revista, vendendo espaços. O Santos precisa de parceiros, marcas que agreguem e não patrocinadores ou anunciantes.

Na sua opinião, ostentar no uniforme do Santos, marcas de empresas pequenas e quase desconhecidas, como pontualmente já ocorreu por pura precisão de uns trocados, de certa maneira não queima a imagem do Santos no mercado publicitário? Desvaloriza nossa camisa?

R: Sem dúvida que prejudica. Ficamos as últimas gestões procurando patrocínios e anunciantes e não parceiros. Colocamos algumas marcas que não são líderes de seu mercado que utilizam o Santos para alavancar suas marcas. Queremos parceiros. Unir marcas líderes de mercado que agreguem valor ao Santos e não o contrário. Se for o contrário é melhor ficarmos com a camisa branca.

Falando em Departamento de Marketing, quais as suas ideias para dar um gás, um upgrade nesse importante setor do clube? O candidato acha que pelas condições que o clube oferece, o desempenho do Marketing está a contento, ou poderia ser melhor?

R: Penso que o marketing vai além do patrocínio master. Precisamos ampliar as receitas diretas e indiretas e criar novas fontes de renda. O Santos tem uma marca inigualável e que nunca foi bem trabalhada. Hoje, os profissionais que vem ao marketing do Santos se preocupam muito mais em fazer seu marketing pessoal do que promover o clube. Pretendemos triplicar os produtos licenciados e mudar a mentalidade do clube de analógica para digital. Temos o projeto Santos Tec e vamos buscar fontes de receitas novas que usem o digital como ativo principal. O streaming é uma oportunidade única no futebol de investimento em especial de geração de conteúdo exclusivo para seus consumidores e torcedores. O consumidor hoje é real time. Se o time está bem, quer comprar produtos do clube imediatamente. O Santos hoje não está preparado para este consumidor e perde receitas por isso.

Nos últimos anos, principalmente nessa gestão que vai terminado, o presidente José Carlos Peres, agora (Afastado), com atitudes como praticamente não comparecer a Vila Belmiro nem em dia de jogos, dirigir o clube de uma Subsede na capital, declarar que se sente mal na Vila pois parece um puxadinho e etc.., acabou contribuindo negativamente para uma divisão da torcida! O que o senhor tem em mente sobre essa questão?

R: Essa divisão é burra. A torcida do Santos é única. Não importa o seu CEP. O coração é santista. Alimentar essa rixa Santos e São Paulo não ajuda o Santos. A casa do Santos é a Vila Belmiro. Mas o clube desde sempre mandou jogos em todo o país. No Pacaembu, no Maracanã, no Morumbi, enfim. O Santos tem que jogar onde está seu torcedor também, mas sempre priorizando o desempenho técnico e o resultado em campo. Pretendo unir o marketing e o futebol para desenhar partidas em São Paulo e em outras praças onde está seu maior patrimônio que é a torcida.

Há muito tempo o Santos carece de pessoas capacitadas, e com ampla penetração, que representem os interesses do clube, tanto dentro da Federação Paulista, como na CBF e na própria Conmebol. Hoje não temos a mínima representatividade em nenhum desses órgãos! Qual sua ideia sobre isso?

R: Isso é vital para o Santos e vamos estreitar as relações com todas essas entidades.
O Santos não será mais jantado em lugar nenhum como foi na gestão passada. O Santos se fará presente e fará valer seu peso de um dos principais clubes do mundo e que merece respeito. Chega de episódios como o de 1995, os erros de arbitragem e o descaso com o Santos. Em nossa gestão o Santos se fará respeitado. Sua sorte de vencido ou vencedor será definida pelo seu desempenho em campo e não por interesses políticos.

Estão em pleno andamento, os estudos e projetos para que em parceria com a empresa W.Torre, o Santos possa dar ao seu torcedor uma nova e moderna Arena! Sabedor de que tradicionalmente o torcedor Santista não tem o perfil de lotar os estádios, o senhor não teme que após o impacto da novidade passar, o público nos jogos na Vila volte a cair para os mesmos seis, sete mil de sempre? Se isso vier a acontecer, como administrar os custos de se manter uma Arena desse porte?

R: Sua pergunta é interessante. Fiz recentemente uma reunião com membros da Torcida Jovem preocupados com a elitização do espaço. O assunto está em debate no Conselho e vamos manter espaços para valorizar o torcedor de arquibancada raiz. O Santos merece uma arena como a da W Torre e se todas as garantias e contrapartidas forem dadas ao clube sou favorável. Vamos também fazer promoções e dar atenção de verdade ao marketing do jogo. Precisamos ampliar e melhorar o match-day, promovendo experiências de verdade aos torcedores que vem aos nossos jogos. Com o covid-19 temos tempo para implantar um retorno aos jogos com mais experiências. Pretendemos conversar com a Prefeitura e aproveitar melhor o entorno da Vila Belmiro com mais atrações antes e depois dos jogos. Algo semelhante as experiências existentes nos diversos esportes dos Estados Unidos como a NBA.

Quais são as suas ideias para as divisões de base?
Embora o trabalho de revelar jogadores seja reconhecido até por clubes rivais, a estrutura oferecida aos garotos pode melhorar? O aproveitamento dos jogadores formados na base, não é mal realizado, visto que os garotos são sempre lançados e jogados na fogueira quando o clube não tem dinheiro para contratar?

R: Vamos voltar a essência do clube que fez revelar raios e meninos da Vila para o futebol mundial. E essa essência atende por dois nomes: Identidade e investimento. Impressionante como a Base foi desorganizada e destroçada. Vamos dar total atenção, trazer os ex-jogadores identificados com o Santos de volta a esse departamento. Será política do Santos ter um ex-jogador, pelo menos, em cada categoria integrando a Comissão Técnica e sendo referência no quesito identidade com o clube. Não dá pra mandar embora nomes como Clodoaldo, Abel, João Paulo, Juari, Nenê e entregar o descobrimento de talentos do Santos para gente que pode até ser bom tecnicamente, mas não tem identidade com o clube. São pessoas que virão, farão seu trabalho e irão embora sem compromisso com legado. Construir craques não é o mesmo que fazer um pão. É lapidar talentos com cuidado, reconhecimento e técnica. Nossos ídolos tem história aqui, um de seus principais patrimônios, e sabem que aqui os jovens tem vez e aprendem com quem fez história. Vamos deixar claro novamente ao mundo a vocação de formador de futebolistas do Santos FC. Para isso vamos direcionar todos os principais investimentos do clube para a Base. É garantir o futuro para salvar o presente. A estrutura da base está frágil. Precisamos de um novo CT para ampliar a capacidade de treinos e times. Estamos desenvolvendo um projeto importante nesse sentido que vai ampliar a capacidade de produção de nossa usina de talentos que é a base do Santos FC. Um CT de fazer inveja a todos os adversários e que vai atrair todos os jovens talentosos do Brasil e do mundo que querem aprender o futebol mágico do Peixe. E os recursos para isso existem. Tenho o compromisso de que os recursos extraordinários que o clube conseguir com venda de atletas e cláusulas de solidariedade da FIFA serão priorizados para investimento na base e saneamento das dívidas. Vamos também estreitar a relação com a família dos jogadores, criando um relacionamento sadio entre o clube, seus atletas e seus familiares. Pretendemos inclusive dar cursos para os pais e familiares de como devem se relacionar com o futuro de atleta dos seus filhos.

Fora o estádio da Vila Belmiro, casa do Santos e palco dos jogos do clube como mandante, o associado do Santos pouco recebe do clube, em troca de ser associado. Caso seja eleito, o candidato tem algum projeto para oferecer algo a mais ao torcedor?

R: Sim. Iniciamos conversas de parceria com o Ilha Porchat Clube, um importante clube social de praia para oferecer lazer e convivência social aos nossos associados. Se vencermos vamos consolidar essa parceria.

Para encerrar nossa entrevista, deixei uma última questão, tão ou mais importante do que todas as outras: Até mesmo por conta da Pandemia do Coronavírus, a possibilidade de que o Santos venha a ter que realizar ao menos uma parte da eleição que se aproxima, de maneira virtual, é muito grande! Sabemos que problemas gravíssimos foram encontrados no cadastro dos associados, o que pode comprometer seriamente a lisura da votação, e deixar o resultado dessas eleições, sob suspeita! O que o candidato pensa a respeito? O Santos pode garantir ao associado, que tem condições de realizar uma eleição sem fraudes?

R: Sou favorável ao voto à distância, mas primeiro é essencial fazer esse recadastramento do Sócio e procurar um modelo que garanta a segurança total do pleito. As duas últimas eleições em 2014 e 2017 evidenciaram a fragilidade de nosso cadastro de sócio que precisa ser reestruturado urgentemente visando os interesses do clube e não deste ou daquele grupo político. Recentemente o presidente Rollo demitiu o ex-gerente da Secretaria Social, Daniel Gonzalez. O membro do Comitê Gestor, Alexandre Santos e Silva, em apenas 40 dias descobriu milhares de inconsistências e fraudes na votação do impeachment de 2018. Segundo ele mais de mil sócios foram trocados para a votação do impeachment. Veja, o Conselho Deliberativo montou uma Comissão Especial, presidida pelo candidato Rodrigo Marino, que trabalhou dois anos e não conseguiu identificar esses erros que em apenas 40 dias o Alexandre nos trouxe. Isso mostra quem tem capacidade de gestão e competência. Diante dessas inconsistências cadastrais penso que o voto à distância pode trazer riscos à segurança do processo eleitoral.

Grato por sua participação, o Blog Sergio Bertoldi lhe deseja Boa Sorte na sua caminhada rumo à presidência do clube, e caso seja eleito, que o senhor possa corresponder à confiança depositada!

 

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