Jamais será somente Futebol
Alô Nação Santista! Saudações Alvinegras!
A paixão pelo futebol, (Esporte de preferência nacional), transformou esse universo da bola, em lugar-comum de se ver, “Rivalidades”, afloradas até com exageros desproporcionais!
Seja em nível regional ou até mesmo nacional, elas estão lá.
Porém apesar de um tanto raras, conseguimos sim encontrar clubes que ao invés de alimentar essas rivalidades, fazem a opção pelo caminho oposto, e se tornam mais do que parceiros:
Se tornam “Clubes Irmãos”!
Dois clubes de Estados diferentes, um de São Paulo e o outro do Rio de Janeiro, Santos Futebol Clube e São Cristóvão construíram uma sólida amizade que cresceu no início do século passado.
História
O clube São Cristóvão de Futebol e Regatas foi fundado no bairro de São Cristóvão, a partir da fusão do Club de Regatas São Christóvão, um clube de regatas fundado em 12 de outubro de 1898, e o São Christóvão Athletic Club, que se restringia apenas ao futebol e disputava o campeonato do então Distrito Federal, fundado em 15 de julho de 1909.
A fusão ocorreu no dia 13 de fevereiro de 1943 e o novo clube herdou do futebol a fama conseguida nos campos, já campeão carioca e com bom desempenho nos gramados, assim como os resultados e conquistas.
Eternizado em uma das paredes do clube, o Hino do São Cristóvão
A primeira partida do São Cristóvão foi disputada em 1 de agosto de 1909 contra o Piedade F.C., tendo saído vencedor pelo placar de 5 a 1.
Sua torcida é conhecida como “Torcida Cadete” pela proximidade do clube com instalações do Exército Brasileiro.
Torcida que se orgulha do clube que mais jogadores cedeu para a Seleção brasileira na história: 53.
Os mais famosos são: Leônidas da Silva, o “Diamante Negro”.
O inventor da bicicleta foi formado nas categorias de base do clube.
E Ronaldo Nazário de Lima, o Ronaldo “Fenomeno”, outro atleta formado pelo São Cristóvão.
Além de ser o criador dos gols de bicicleta, Leônidas da Silva, o “Diamante Negro”, foi imortalizado em um dos chocolates mais famosos do mercado!
A Lacta (Multinacional da indústria de Chocolates), se interessou e pagou a Leônidas três mil dólares pelos direitos do apelido, no intuito de batizar assim o seu até então anônimo chocolate. Leônidas aceitou o acordo e a Lacta se tornou dona dos direitos e batizou com o apelido do craque “Diamante Negro”, um dos chocolates mais famosos do mundo. Leônidas morreu em 2004, aos 90 anos de idade.
A história dessa amizade entre o Alvinegro Praiano e o Clube Carioca, começou quando em 1916, o Santos foi o convidado especial para a inauguração do estádio do São Cristóvão, o Figueira de Melo, em uma partida frente a um público de 6.000 torcedores.
A partir desse jogo, criou-se um diferente laço de amizade entre os clubes, dizem até que havia em um dos muros da Vila Belmiro, um escudo do São Cristóvão, expressando essa amizade.
Uma grande curiosidade desta partida é que a equipe santista veio para o jogo com o uniforme do ano anterior, todo branco, que pertencia ao União, antigo nome do Santos. Isso gerou uma grande confusão, pois a única coisa que diferia os uniformes era uma faixa na cintura que continha no uniforme do peixe. No segundo tempo, os convidados trocaram seus uniformes e utilizaram a camisa que possuía listras pretas e brancas que até hoje é uma das camisas oficiais do clube.
Em 21 de abril de 1917, praticamente um ano após o jogo inaugural do Figueira de Melo, Santos e São Cristóvão realizaram mais um amistoso. Desta vez o jogo aconteceu na casa do Santos, sendo a primeira vez de um clube carioca a jogar na histórica Vila Belmiro.
Houve uma chuva de gols no duelo, a equipe da casa levou a melhor, e a partida terminou em 8×4.
Nas décadas de 1920, 1930 e 1940, os clubes seguiram realizando muitos amistosos e estreitando cada vez mais os laços dessa amizade, tornando-se clubes irmãos!
É sabido também, que a boa relação entre os dois clubes gerou bons frutos.
Na sede do Santos era possível encontrar o escudo do Tóvão estampado em alguns lugares. Sem dúvida, ambos os brasões das equipes têm suas semelhanças. As listras, a faixa na diagonal e o símbolo encontrado no canto superior esquerdo é facilmente percebido.
Com 122 anos de história, o time do tradicional bairro carioca que está entre os oito clubes campeões do estado, passa por um momento difícil e precisa de ajuda!
Há 12 anos, o estádio não pode receber público, o que para voltar a acontecer, o clube necessita levantar a quantia de R$ 150 mil, valor necessário para bancar as obras exigidas pelo Corpo de Bombeiros.
Para mudar essa história, o São Cristóvão realiza uma “vaquinha virtual” para reformar o Estádio Ronaldo Nazário. O objetivo é uma vez passada a Pandemia, poder trazer de volta a torcida para o seu estádio.
Como não poderia deixar de ser, o Santos Futebol Clube através do Ex Presidente Orlando Rollo, (Embaixador do São Cristóvão), e como clube coirmão, prontamente atendeu a uma solicitação de colaboração, e está engajado na Campanha!
O projeto lançado com o nome “São Cristóvão de volta pra casa”, e que busca arrecadar os fundos para cobrir as reformas estruturais de todo Estádio, vem sendo capitaneado por Thiago Vancellote, “Gerente Comercial e de Marketing” do São Cristóvão
Conversamos com o Gerente Thiago Vancellote, que gentilmente atendeu a reportagem do Blog Sergio Bertoldi, para explicar um pouco como vem funcionando o projeto e o quanto já foi angariado.
“A ação faz parte do processo de reestruturação do São Cristóvão, que por anos amargou resultados ruins dentro de campo e acumulou dívidas fora dele, vendo seu patrimônio ser deteriorado.
O “São Cristóvão de volta pra casa”, projeto que começou dia 5 de Abril e termina em 4 de Junho, é uma alternativa que encontramos para arrecadar verba para pagar as obras exigidas pelos Bombeiros para que o Estádio Ronaldo Nazário volte a receber torcedores, algo que não acontece desde 2009. O nosso belo gramado, que já foi usado pelo Vasco da Gama para treinos e pela base do Flamengo em jogos, é o exemplo desse esforço da diretoria. Agora, estamos buscando mais”, destaca o dirigente.
Além do gramado, os vestiários e o ginásio foram reformados, houve a criação de um centro de memórias para a manutenção da história do clube centenário.
Tudo que for arrecadado será repassado diretamente pela Kickante, empresa responsável pela vaquinha, diretamente para a Flare Engenharia, que irá tocar toda a obra.
Para seguir as exigências dos Bombeiros, o clube terá que instalar extintores, placas e luminárias de emergência, sistema de CMI e caixa de incêndio completa, além da instalação do HR.
Como doar? Basta acessar o site oficial da campanha (www.kickante.com.br/saocristovao).
Haverão recompensas proporcionais aos valores doados na campanha, quanto maior o valor da doação, maior a recompensa ao doador (camisas, brindes, experiências, certificados etc). O “São Cristóvão de volta pra casa” terá duração de 60 dias.